FRATERNIDADE E SUPERAÇÃO DA VIOLÊNCIA

19.01.2018

?Vós sois todos irmãos? Mt 23,8

Tema: Pretende advertir que a violência nunca constitui uma resposta justa, é pois um mal, e é inaceitável como solução para os problemas e não é digna do ser humano.

 

Objetivo geral: Construir a fraternidade, promovendo a cultura da paz, da reconciliação e da justiça, à luz da Palavra de Deus, como caminho de superação da violência.

 

A busca de soluções e alternativas à violência para resolver os conflitos sociais deu a esta realidade dramática um caráter de extrema urgência. É preciso entender que a violência está presente em todos os níveis estruturais e culturais e causam situações de injustiças que atingem e abrange a sociedade como um todo.

 

O lema da CF 2018, “vós sois todos irmãos” - Mt 23,8, busca resgatar o sentido de fraternidade dos povos, pois somos todos irmãos e irmãs, filhos e filhas de um mesmo Pai. Por isso, iluminados pelo Evangelho do Reino, somos chamados à não violência. Para isso, a CF 2018, busca infundir em nós cristãos um olhar atento a realidade, iluminá-la com a luz da Palavra de Deus e do Magistério da Igreja Católica, por fim, agir sobre ela, transformando-a.

 

 

1. A REALIDADE
No Brasil, a violência está presente no dia a dia das pessoas. Tal violência foi se transformando numa cultura sistematizada e institucionalizada, pois aquilo que deveria ser considerado violento – porque é mal em sí – passa não a ser assim considerado. As mídias sociais é grande colaboradora deste processo de naturalização da violência social. Se esquece que a violência nasce no próprio ser humano, quando este escolhe o caminho do ódio, do não perdão, da inveja, da soberba. Acrescido a isso, a sociedade aceita passivamente atitudes de natureza violenta diversas.

 

A cultura da violência é uma cultura excludente, pois tonifica as diferenças entre as classes sociais e raciais, criando, assim, estigmas sociais de níveis comportamentais e culturais que causam a indiferença social, no qual faz crescer a violência absurdamente, chegando a ser tratada como calamidade social. Nesse sentido, a CF 2018 não quer apenas e somente identificar a cultura da violência, mas sobretudo combatê-la, e entender que essa cultura se sistematiza na pessoa, na comunidade e sociedade.

 

 

1.1 A SISTEMATIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA

A violência apresenta-se nas mais variadas formas: física, psicológica, institucional, sexual, doméstica, de gênero, e etc. No Brasil, um dado significativo dentre outros é a apresentação de um alto índice de desigualdade social que faz crescer a violência, e um outro dado é o não atendimento dos direitos elementares dos cidadãos que constitui um nascedouro para a violência em nosso país. O que se percebe é que os impostos que deveriam servir ao bem comum, são escoados por obra da corrupção, num país em que parece se institucionalizar a fraude contra o dinheiro público. Tal sistema é bipartido e polarizado: de um lado, estão os que querem a todo custo tirar vantagem; de outro, às vítimas da desigualdade crescente.

 

Uma realidade apontada pela CF 2018, e que precisa ser revisada, é o agir da sociedade enquanto reação frente à violência e não na sua prevenção; na punição, e na educação para o senso de pertença. As mídias sociais fazem crescer e desperta na sua grande maioria da população um senso de justiceiro, criando um desejo de justiça com as próprias mãos. Volta a cena com esse movimento, o desejo do mais alto grau de punição: a morte, como se fosse a solução para erradicar todos os tipos de violência. O descarte do ser humano, seja ele vítima ou autor do malfeito, não é e nunca será o caminho.

 

A CF 2018 e a Igreja Católica no Brasil, lembra a todos que é preciso voltar ao senso de alteridade: o outro (alter) é meu irmão; se é meu irmão, eu não o devo descartar quando erra, mas o ajuda a se reeducar no caminho do bem. É preciso passar de um status quo operantis, que tem um sistema elitista, excludente e descartável, para uma conversão social na busca de uma sociedade mais saudável e fraterna, responsável e inclusiva em todos os seus níveis.

 

O magistério da Igreja, e de modo concreto o pensamento do Papa Francisco recorda-nos que a superação da violência passa pela fraternidade, fundamento e caminho para a paz. É preciso repensar e propor uma nova antropologia da mudança, pois o mundo muda quando a pessoa muda, e por isso a superação da violência passa pela conversão pessoal de cada um de nós, inseridos nos mais diversos ambientes sociais e institucionais. Rezemos a oração da CF 2018: Deus e Pai, nós vos louvamos pelo vosso infinito amor e vos agradecemos por ter enviado Jesus, o Filho amado, nosso irmão. Ele veio trazer paz e fraternidade à terra e, cheio de ternura e compaixão, sempre viveu relações repletas de perdão e misericórdia. Derrama sobre nós o Espírito Santo, para que, com o coração convertido, acolhamos o projeto de Jesus e sejamos construtores de uma sociedade justa e sem violência, para que, no mundo inteiro, cresça o vosso Reino de liberdade, verdade e de paz. Amém!

 

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